sábado, 28 de novembro de 2009

EXTOS ENTREGUES AOS CURSISTAS DURANTE OS ESTUDOS DA TP I

TP I-UNIDADE I- VARIANTES LINGUÍSTICO: DIALETOS E REGISTROS.

A língua não se apresenta uniforme e única: ela apresenta variações, conforme os grupos que a usem. Cada uma das variantes da língua usada por um grupo apresenta regularidades, recursos normais para aquele grupo, e chama-se dialeto.

Os principais dialetos são: o etário (da criança, do jovem e do adulto); o geográfico, ou regional; o de gênero (feminino e masculino) ; o social (popular e culto); o profissional.Os dialetos são equivalentes do ponto de vista linguístico: nenhum é melhor do que outro. Cada um cumpre perfeitamente suas funções comunicativas, no âmbito em que é usado. Considerar um superior a outro é um preconceito sem fundamento.

O idioleto é o conjunto de marcas pessoais da língua de cada indivíduo, como resultante do cruzamento dos vários dialetos (etário, regional, profissional, de gênero, social) que constituem a sua fala..

1- A língua é um sistema aberto, o que possibilita uma grande variedade de usos. Assim, ao lado de regras sistemáticas que todos os seus falantes devem seguir, aparecem as variantes da língua, que podem referir-se ao uso de um grupo, ou ao uso de cada locutor, no momento específico da interação.

2- Cada variante que marca o uso que determinado grupo faz da língua constitui um dialeto.

3- Os dialetos principais são definidos do ponto de vista geográfico, etário, sociocultural, de gênero e de profissão.

4- Os dialetos, como as línguas, preenchem as necessidades do grupo social que os usa, não havendo, portanto, um melhor do que outro.

5- Os dialetos não são compartimentos isolados: ao contrário, recebem influências uns dos outros.

6- O registro é a variante escolhida pelo sujeito em cada ato específico de comunicação, segundo o contexto.

7- Os registros são basicamente dois: o formal e o informal, segundo o distanciamento requerido pela situação. Entre os dois extremos, há muitas gradações.

8- Os registros podem apresentar-se tanto na forma oral como na forma escrita da língua.

9- Os registros põem por terra a distinção do certo/errado, passando a discussão para o campo do adequado/inadequado.

10- Essas considerações nos levam a rever nossa atuação como professores de Língua Portuguesa. Em sala de aula, é fundamental criar oportunidades para que os alunos trabalhem textos que exemplifiquem diversas situações de comunicação, em que dialetos e registros diferentes se apresentem para a sua reflexão e discussão e como ponto de partida para a produção de textos igualmente diversificados. Esse é, afinal, o objetivo maior do ensino da língua: desenvolver no sujeito a competência para a leitura e produção de textos.

ATIVIDADE- VARIANTES LINGUÍSTICO

Leia a carta do Alfredão e discuta o problema de comunicação que houve porque os interlocutores não partilhavam o mesmo código.Alfredão é um rapaz simpático, sociável e adora viajar. Numa de suas viagens ao interior, um inesperado acidente com o carro, obriga-o a ficar no mato. Por sorte, um fazendeiro socorreu-o, dando-lhe abrigo. Com o auxílio do fazendeiro, Alfredão pôde retornar à sua cidade. Já em casa, o moço felicíssimo pela ajuda que recebera, resolveu agradecer ao fazendeiro, através da seguinte carta:

Carta do Alfredão:

“Paz e amor, bicho...você me amarrou na sua cara legal, muito barra- limpa. Achei jóia sua, quando sacou que eu estava na pior, com minha máquina transando no meio do mato, dentro daquele breu. O envenenamento do meu carango sempre me deixa baratinado e você ligou bacana, levando-me para o seu habitat. No dia seguinte, com colher de chá que você me deu com o seu trator, consegui emplacar no asfalto e batalhar firme uma carona até conquistar a metrópole.

Como não pudemos transar melhor, espero você para vir moitar uns dias comigo em minha lona legal, onde poderemos curtir fino papo com a turma ou transar com as doidonas das motocas, com suas calças apertadas e blusas transparentes. Você poderá ir comigo para uma discoteca ou um inferninho e tenho certeza, adorará a onda do travoltismo.

Curtiremos um som jóia ou sacaremos umas minas no asfalto, para um programa bem legal. Fique na minha, você vai gamar.


Do chapa, Alfredão

Resposta do Bertolino:

Senhor Alfredão

Não entendi bulhufas de sua carta, é muita confusa e estou muito aborrecido por você começar me chamando de bicho, quando fui seu amigo sem o conhecer. Além do mais, devo dizer-lhe que sou macho pra burro. Se quiser experimentar, volte aqui, seu cachorrão. Não amarrei você em coisa alguma, o que fiz foi tratá-lo como gente civilizada. Se você achou alguma jóia aqui, deveria ter entregue à dona da casa. O que você praticou é caso de roubo. Outra coisa errada a sua, não tirei você de nenhum breu. Isso aqui não existe. Acho que você está meio tantã. Também não lhe dei nenhuma colher de chá. Se por acaso você levou alguma coisa, que e pelo que eu senti, é costume em você, pode ficar com ela de recordação.

Gostaria de saber quem foi o cretino que jogou veneno no seu carro, pois se foi algum empregado meu, vou mandá-lo embora. Aqui tem curtume e não vou sacrificar minhas aves para dar o papo você. Quanto a ir para o inferno com você, pode ir sozinho. Sou muito religioso, inferno é feito para gente igual a você. O tal de negócios de minas e jóias não serve para mim. Nunca tive gosto nem tempo para bancar o garimpeiro. Também não sou marinheiro e não entendo de ondas.

Olha, moço, eu aqui sou muito conhecido e respeitado por todos. Pelo Juiz, pelo Padre, por políticos e pelo povo. Nunca alguém me chamou de bicho ou por outro nome de animais. Vê se me respeita, moço.

Bertulino


Escrito por Virgínia Fernandes às 12h13
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TP I-UNIDADE II- VARIANTES LINGUÍSTICO: DESFAZENDO EQUÍVOCOS

1 – A norma culta não é melhor do que os outros dialetos: estes, tanto quanto a norma culta, cumprem perfeitamente sua função no ambiente em que são usados e com as pessoas desse ambiente.

2 – Aprender a norma culta é ter mais uma opção de uso da língua, importante em muitos momentos e ambientes. Quanto mais opções o sujeito tiver de uso da língua, mais ele vai poder atuar na sua comunidade e se desenvolver como cidadão.

3 – Ninguém deve ser discriminado por apresentar um comportamento lingüístico diferente do outro.

A norma culta é um dos dialetos definidos por critérios socioculturais. Como para todas as línguas, a norma culta é escolhida como norma-padrão, que é usada nos documentos, sobretudo os oficiais, em grande parte da literatura, dos escritos e falas da imprensa. Sua maior característica é a correção pautada na gramática normativa. No entanto, não é melhor nem pior, mais bonita ou mais feia do que qualquer outra norma/dialeto. Por outro lado, não é obrigatoriamente o espaço da língua escrita ou da literatura.

Deve, ser trabalhada na escola, como o dialeto que o aluno deve ir aos poucos dominando, por ser o mais adequado a certas situações de comunicação.

• 1- A norma culta é um dos dialetos da língua. É o dialeto utilizado na absoluta maioria dos documentos oficiais e públicos de um país. Não é melhor nem pior do que os demais dialetos; por isso, seu uso não pode ser critério de discriminação ou valorização dos sujeitos. (Aliás, nenhum critério deve servir à discriminação).

• 2- Como norma-padrão, a norma culta é ensinada na escola. Seu conhecimento e domínio ajudará o aluno a ampliar sua competência lingüística, permitindo-lhe um acesso mais fácil a muitos documentos e bens culturais.

• 3- A literatura pode ou não utilizar a norma culta. Seu objetivo não é “ficar dentro das regras”, mas buscar qualquer dialeto ou registro que melhor consiga criar a linguagem do mundo criado por ela, com seus significados.

• 4- As duas modalidades da língua – a oral e a escrita – são igualmente importantes e apresentam ambas as possibilidades de uso, tanto do registro formal quanto do informal.

• 5- As duas modalidades devem ser trabalhadas na escola tanto do ponto de vista da locução quanto da interlocução. Assim, ouvir e falar, ler e escrever, devem ser atividades constantes na sala de aula.

• 6- Como sempre, vale a pena salientar que as situações de interlocução são extremamente complexas e não temos muitos casos “puros” de dialetos, da mesma forma que os registros apresentam uma gama infinita de formalidade/informalidade e as modalidades oral e escrita não são campos fechados, sem interferência uma sobre a outra.

• 7- Nas atividades de linguagem, é fundamental oferecer aos alunos exemplos diversos de bons textos, orais e escritos, produzidos com objetivos e em situações diferentes, literários e não literários, em registros e modalidades distintos, de modo a não estabelecer relações indevidas entre escrita, norma culta e registro formal e literatura, ou fala e informalidade. Para isso, os próprios textos produzidos pelos alunos podem ser ótimo material de discussão.


Escrito por Virgínia Fernandes às 12h08
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TP I-UNIDADE III – O TEXTO COMO CENTRO DAS EXPERIÊNCIAS NO ENSINO DA LÍNGUA.

Objetivos:

1 – conceituar texto ;

2 – indicar as razões do estudo prioritário de textos no ensino/aprendizagem de línguas;

3 – reconhecer os diferentes pactos de leitura dos textos.

TP I-UNIDADE IV – A INTERTEXTUALIDADE.

Objetivos:

1 – identificar os traços da intertextualidade em nossa interação cotidiana;

2 – identificar os vários tipos de intertextualidade;

3 – identificar os pontos de vista nas diversas interações humanas

Como realizar a intertextualidade

A competência em leitura e em produção textual não depende apenas do conhecimento do código lingüístico. Para ler e escrever com proficiência é imprescindível conhecer outros textos, estar imerso nas relações intertextuais, pois um texto é produto de outro texto, nasce de/em outros textos.

A essa relação (que pode ser explícita ou implícita) que se estabelece entre textos dá-se o nome de intertextualidade. Ela influencia decisivamente, como estamos afirmando, o processo de compreensão e de produção de textos.

Quem lê deve identificar, reconhecer, entender a remissão a outras obras, textos ou trechos. As obras científicas, os ensaios, as monografias, as dissertações, as teses, por exemplo, remetem explicitamente a autores reconhecidos, que corroboram os pontos de vista defendidos. A compreensão de uma charge de jornal implica o conhecimento das notícias do dia. A leitura de um romance, conto ou crônica aponta para outras obras, muitas vezes de forma implícita

Nossa compreensão de um texto depende assim de nossas experiências de vida, de nossas vivências, de nosso conhecimento de mundo, de nossas leituras. Quanto mais amplo o cabedal de conhecimentos do leitor maior será sua competência para perceber que o texto dialoga com outros, por meio de referências, alusões ou citações, e mais ampla será sua compreensão.

As referências são muitas vezes facilmente perceptíveis, identificadas pelo leitor. Por exemplo, no anúncio publicitário sobre meias "Os fins justificam as meias", o leitor percebe de imediato a recriação da máxima "Os fins justificam os meios". Há, por outro lado, referências, alusões muito sutis, compartilhadas ou identificadas apenas por alguns leitores, que têm um universo cultural, um conhecimento de mundo muito amplo.

CONHECIMENTO DE MUNDO E LEITURA

Genericamente, pode-se afirmar que uma leitura proveitosa pressupõe, além do conhecimento linguístico, um conjunto de informações exteriores ao texto, o que se costuma chamar de conhecimento de mundo.

Às vezes, quando um texto é ambíguo, é o conhecimento de mundo que o leitor tem dos fatos que lhe permite fazer uma interpretação adequada do que se lê. Assim, a compreensão do texto depende também do conhecimento de mundo, o que nos leva à conclusão de que o aprendizado da leitura depende não só das aulas de Português, mas também de todas as outras matérias estudadas, e de todas as informações que chegam ao leitor.

INTERTEXTUALIDADE

1-TEXTO

Unidade lingüística concreta(perceptível pela visão ou pela audição) que é tomada pelos usuários da língua (falante/escritor/ouvinte/leitor), em uma situação de interação comunicativa específica, como uma unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente de sua extensão

2- DISCURSO

Qualquer atividade produtora de efeitos de sentido entre interlocutores, portanto, qualquer atividade comunicativa, englobando os enunciados produzidos pelos interlocutores e o processo de sua enunciação, que é regulado por uma exterioridade sócio- histórica e ideológica que determinam as regularidades lingüísticas e seu uso, sua função.

3- TEXTUALIDADE

É a condição de um texto. É o que faz um amontoado de frases ou palavras um texto.

É estabelecida pela coerência e não só pela coesão.

4- INTERTEXTUALIDADE

A intertextualidade é o diálogo de um texto com outros textos

Forma

Conteúdo

Tipologia

5-OCORRÊNCIAS:

1-ALUSÃO

2-CITAÇÃO

3-PARÓDIA

4-PARÁFRASE

5-APROPRIAÇÃO




Escrito por Virgínia Fernandes às 12h04
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DETALHAMENTO DA PAUTA DO DIA 27 DE OUTUBRO

NO DIA 27 DE OUTUBRO REALIZAMOS A NOSSA SEGUNDA OFICINA DA SEGUNDA ETAPA DO GESTAR II, COM JA DITO NESSA ETAPA ESTAMOS TRABALHANDO AS OFICINAS EM 8 HORAS RESERVANDO UMA UNIDADE DE CADA TP PARA CADA TURNO, TEM SIDO PROVEITOSO E SENTIMOS QUE ESTAMOS ATINGINDO OS NOSSO OBJETIVOS.

ACOLHEMOS OS CURSISTAS COM O VÍDEO CONQUISTANDO O IMPOSSÍVEL, ONDE AS IMAGENS SÃO DO ESQUILO DA ERA DO GELO TENTANDO PEGAR A SUA SEMENTE FAVORITA, E NO DECORRER DO VÍDEO VÃO APARECENDO PALAVRAS COMO FORÇA, CORAGEM, OBJETIVO, OBSTÁCULOS , METAS , VITÓRIA. FIZEMOS UMA PEQUENA DISCUSSÃO EM TORNO DO VÍDEO FAZENDO UMA REFERÊNCIA A PROFISSÃO DE EDUCADOR, FOI UM MOMENTO DE ELEVAÇÃO DA AUTO ESTIMA, JÁ QUE ERA VÉSPARA DO DIA DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO.

EM SEGUIDA OS CURSISTAS APRESENTARAM OS RELATÓRIOS DAS OFICINAS REALIZADAS EM SALA DE AULA COM SEUS ALUNOS, OS DEPOIMENTOS SÃO SEMPRE PARECIDOS,NO QUE SE REFERE AO EMPENHO DOS ALUNOS COM AS OFICINAS DO GESTAR II, APESAR DE ALGUMAS DIFICULDADES, SEMPRE SÃO BEM ACOLHIDAS, E DESPERTAM O INTERESSE , JÁ TEMOS DEPOIMENTOS DE PROFESSORES QUE SUGEREM REFORMULAÇÕES NOS LIVROS DIDÁTICOS INCLUINDO AS OFICINAS DO GESTAR NESSE MATERIAL.

APRESENTAMOS A UNIDADE 3 E REALIZAMOS A LEITURA DA PÁGINA 98 DE TP I " AFINAL O QUE É TEXTO?", E COM A LEITURA O DEBATE SE PRECISA OU NÃO DA ESCRITA PARA SE TER UM TEXTO, FOI UM DEBATE RICO, COM OPINIÕES DIVERSIFICADAS , MAS CONCLUIMOS QUE SE PODEMOS FAZER LEITURA DE IMAGENS , ALI TAMBÉM TEMOS UM TEXTO. EM SEGUIDA APRESENTAMOS OS SLIDES OFERECIDOS PELA PROFESSORA AYA RIBEIRO, (115 AO 122), FOI MUITO DIVERTIDO ENCONTRARMOS AS IMAGENS DENTRO DAS OUTRAS E O ENTUSIASMO DOS CURSISTAS PROCURANDO, FOI UMA MARAVILHOSA VOLTA A INFÂNCIA DE TODOS NÓS.

COMO NA OFICINA PASSADA MUITOS ALUNOS CONFUNDIRAM E NÃO LEVARAM A TP1 , E SIM A 6, RETOMAMOS A ATIVIDADE OS DIALETOS DO PORTUGUÊS, CONCLUINDO AS DISCUSSÕES DA OFICINA PASSADA SOBRE ESSE TEMA.

NA SEUNDA PARTE DA OFICINA INICIAMOS APRESENTANDO A UNIDADE 4, A INTERTEXTUALIDADE, TRABALHAMOS OS SLIDES PROPOSTOS PARA ESSA UNIDADE DISCUTINDO CADA PONTO. DISCUTINDO A NECESSIDADE DA CONTEXTUALIZAÇÃO PARA FAZERMOS A INTERTEXTUALIDADE E DA LEITURA DE MUNDO PARA ENTENDERMOS TAMBÉM ONDE ENCONTRAMOS UM EXEMPLO DE INTERTEXTUALIDADE, LEMOS TEXTOS DOS SLIDES FAZENDO O EXERCÍCIO DE ENCONTRARMOS EXEMPLOS , FOI UM MOMENTO TAMBÉM BASTANTE PROVEITOSO.

RELEMBRAMOS ALGUNS PONTOS DO PROJETO INTERDISCIPLINAR QUE ELES NOS APRESENTARÃO, E ESTABELECEMOS O DIA 20 DE NOVEMBRO PARA A ENTREGA. A GRANDE MAIORIA JÁ ENTREGOU OS SEUS MEMORIAIS DE LEITURAS, ORIENTAMOS AS OFICINAS COM OS ALUNOS DA AAA-1 UNIDADES 3 OU 4, JÁ QUE ESTAMOS COBRANDO APENAS UM RELATÓRIO, O TEMPO REALMENTE TEM SIDO NOSSO INIMIGO, MAS ESTAMOS CONSEGUINDO VENCER. REALIZAMOS NOSSA AVALIAÇÃO , ONDE TIVEMOS COMO PONTO POSITIVO A PONTUALIDADE DOS FORMADORES, A DINÂMICA DAS ATIVIDADES, O MATERIAL DO GESTAR II. NEGATIVO TIVEMOS A FALTA DE TEMPO PARA REALIZARMOS COM MAIS DETALHAES AS OFICINAS E ELES REALIZAREM MAIS ATIVIDADES COM OS ALUNOS, E O FATOR QUE ESTAR DIFICULTANDO MUITO É A FALTA DE AJUDA DE CUSTOS PARA OS CURSISTAS QUE VEM DE OUTRAS CIDADES.

NOS DESPEDIMOS E MARCAMOS NOSSO PRÓXIMO ENCONTRO PARA O DIA 12 DE NOVEMBRO.


Escrito por Virgínia Fernandes às 11h47
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CONCLUIMOS A TP I

NO DIA 27 DE OUTUBRO DE 2009, CONCLUIMOS A TP1, SEGUINDO A MESMA METODOLOGIA ADOTADA DESDE A PRIMEIRA ETAPA DO GESTAR II, EU E AVELINO DECIDIMOS POR NÃO TRABALHAR APENAS DUAS UNIDADES DE CADA TP, E SIM TRABALHARMOS AS QUATRO, DEU CERTO NO PRIMEIRO MOMENTO E OPTAMOS POR CONTINUAR SEGUINDO ESSE PLANEJAMENTO. EM VIRTUDE DO TEMPO SER MENOR NESSA SEGUNDA FASE,ESTAMOS REALIZANDO ENCONTROS DE 8 HORAS , E RESERVANDO UMA UNIDADE PARA CADA TURNO, ASSIM NO PRIMEIRO ENCONTRO TRABALHAMOS AS UNIDADES 1 E 2, E NO DIA 27/ 10, CONCLUIMOS COM AS UNIDADES 3 E 4,COMBINAMOS ESSA ESTRATÉGIA COM A TURMA, QUE ACHOU SER MELHOR DESSA FORMA, POIS APRESENTAMOS CADA UNIDADE, VEMOS SEUS OBJETIVOS, ALGUMA ATIVIDADE E ORIENTAMOS OS ESTUDOS A DISTÂNCIA PARA QUE TODAS AS SEÇÕES SEJAM ESTUDADAS, ESTAMOS NOS SENTINDO CONTEMPLADOS NOS NOSSOS OBJETIVOS E CONSIDERAMOS QUE O GESTAR II TEM DEIXADO SUA MARCA POSITIVA NAS ESCOLAS E NOS PROFISSIONAIS QUE CONOSCO ESTÃO TRABALHANDO.

NO DIA 27/10 TRABALHAMOS A SEGUINTE PAUTA:



Pauta do 2º Encontro do Gestar II––2ª Etapa-27/10/09


Caderno: L. Portuguesa TP 1 Unidades 03 e 04

Organização: Elça Virgínia e Manoel Avelino


1º Momento - Acolhimento.

2º Momento - Receber e comentar os relatórios.

3º Momento-Apresentação da unidade III—O texto como centro das experiências no ensino da língua.

Leitura do texto “Afinal o que é texto?” pág. 98.

4º Momento- Apresentar slides 115 a 122- ( Leitura de imagens.)

5º Momento- retomar atividade do encontro anterior- seção 2 da unidade I os dialetos do Português- páginas 19, 20,21 e 22.

6º Momento-Apresentação da unidade IV- A intertextualidade

7º Momento - trabalhar slides do tema proposto

8º Momento- Atividade- Porque trabalhar com textos? Pag. 106 e 107.

9º Momento- Orientações para a oficina com os alunos- AAA -1 unidades 03 ou 04.

10º Momento-Avaliação

PRÓXIMO ENCONTRO DIA 12 DE NOVEMBRO- NÃO PERCAM






Escrito por Virgínia Fernandes às 11h17
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terça-feira, 24 de novembro de 2009

ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO NOSSO PROJETO PEDAGÓGICO

NO FINAL DA NOSSA FORMAÇÃO TEREMOS QUE TER PRONTO O NOSSO PROJETO DE TRABALHO,

COM O OBJETIVO DE DARMOS CONTINUIDADE A ESSA FORMIDÁVEL DINÂMICA DE ENSINO QUE INICIAMOS COM O GESTAR II,

SEGUE ALGUMAS ORIENTAÇÕES QUE AINDA IREMOS TRABALHAR NAS OFICINAS,MAS QUE JA DEVEMOS COMEÇAR A CONHECER:

Projeto
O professor cursista deverá desenvolver um projeto para a finalização do programa, de
preferência interdisciplinar, a ser implementado em sala de aula, apresentando a estrutura a
seguir:
a) Temática: definir um tema que possa desenvolver os conhecimentos adquiridos no
programa e seja contextualizado à realidade de sala de aula.
b) Problemática: definir uma situação-problema a ser focada mediante seu desenvolvimento.
c) Fundamentação teórica: definir os conceitos e as teorias que darão base a todas as ações
desenvolvidas.
d) Objetivos: definir quais são os objetivos gerais e específicos a serem alcançados com a
sua implementação.
e) Metodologia: definir os passos a serem seguidos e os recursos materiais a serem utilizados
para a sua realização.
f) Cronograma: definir o cronograma de cada etapa de desenvolvimento e os seus respectivos
prazos.
g) Equipe de trabalho: definir as áreas de conhecimento envolvidas, assim como os educadores
participantes e as suas respectivas atribuições.
h) Avaliação: definir o processo de avaliação e os instrumentos a serem utilizados.
A construção do projeto deve se dar ao longo dos encontros, devendo girar em torno do
tema Leitura e abrangendo outras disciplinas na escola.
ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO NOSSO PROJETO PEDAGÓGICO

NO FINAL DA NOSSA FORMAÇÃO TEREMOS QUE TER PRONTO O NOSSO PROJETO DE TRABALHO,

COM O OBJETIVO DE DARMOS CONTINUIDADE A ESSA FORMIDÁVEL DINÂMICA DE ENSINO QUE INICIAMOS COM O GESTAR II,

SEGUE ALGUMAS ORIENTAÇÕES QUE AINDA IREMOS TRABALHAR NAS OFICINAS,MAS QUE JA DEVEMOS COMEÇAR A CONHECER:

Projeto
O professor cursista deverá desenvolver um projeto para a finalização do programa, de
preferência interdisciplinar, a ser implementado em sala de aula, apresentando a estrutura a
seguir:
a) Temática: definir um tema que possa desenvolver os conhecimentos adquiridos no
programa e seja contextualizado à realidade de sala de aula.
b) Problemática: definir uma situação-problema a ser focada mediante seu desenvolvimento.
c) Fundamentação teórica: definir os conceitos e as teorias que darão base a todas as ações
desenvolvidas.
d) Objetivos: definir quais são os objetivos gerais e específicos a serem alcançados com a
sua implementação.
e) Metodologia: definir os passos a serem seguidos e os recursos materiais a serem utilizados
para a sua realização.
f) Cronograma: definir o cronograma de cada etapa de desenvolvimento e os seus respectivos
prazos.
g) Equipe de trabalho: definir as áreas de conhecimento envolvidas, assim como os educadores
participantes e as suas respectivas atribuições.
h) Avaliação: definir o processo de avaliação e os instrumentos a serem utilizados.
A construção do projeto deve se dar ao longo dos encontros, devendo girar em torno do
tema Leitura e abrangendo outras disciplinas na escola.

domingo, 20 de setembro de 2009

Memorial de Leitura
( Manoel Avelino Em Busca da Leitura Perdida)


O primeiro contato com a narrativa ficcional não se deu pelo texto escrito, talvez eu nem soubesse que aquelas histórias pudessem ser aprisionadas pela escrita, lembro-me que meu pai recebia contadores de histórias, viajantes, eles contavam causos, anedotas e cantavam repentes, movidos pela tradição oral. A chagada destes poetas mobilizava a vizinhança e o terraço de nossa casa se tornava um grande palco.
Outro momento de significativa lembrança poética e fabular era a contação de histórias pela Fátima, uma mulher que preparava os nossos alimentos para o corpo e para a alma. Ela se perpetuou nas minhas lembranças através das narrativas fantásticas contadas. Nossa antiga ajudante gostava de contar histórias de assombração, nos dava a impressão de sentir prazer em ver a nossa aflição catártica.
Também me provocou enorme prazer, as histórias contadas por Lucas, um amigo de infância que tinha a habilidade de contar historias e aprisionar a nossa atenção em suas tramas, desconfio que ele reproduzia as histórias contadas pelo seu pai.
Cheguei à escola aos oito anos com está tradição oral, mas sem ter acesso ao texto escrito, eis o principal motivo de minha alfabetização tardia, a escola representou para mim um ambiente bastante hostil, uma verdadeira tortura, chorava por tudo, principalmente, com as provocações, brincadeiras dos colegas, acredito que a minha socialização ocorreu as duras penas e não me lembro de experiências significativas com livros neste período, o único livro que vem a memória é uma cartilha de alfabetização que tinha o nome Davi, eu tinha um colega com este nome.
No Ensino Fundamental II fui apresentado a Biblioteca Pública José Pacheco Dantas, fiz a carteirinha de sócio, este pertencimento representou, para mim, um grande avanço no letramento literário, lá comecei a ler, lembro-me que a bibliotecária não permitia a retirada, empréstimo de algumas obras não apropriadas, segundo ela, a minha idade. Lia principalmente os clássicos: O Quinze (Raquel de Queiroz) foi lido pelos olhos imaturos e inocentes, só algum tempo depois da leitura, fiz a relação do título a grande seca de 1915.
No Ensino Médio, avancei nas leituras de obras da nossa literatura, confesso que algumas obras foram lidas com sacrifício, tais como: Helena (Machado de Assis) e Lucíola (José de Alencar). Outras provocaram experiências prazerosas, como as últimas produções de Machado, mas, as que me divertiam de forma visceral, me excitavam literalmente, eram as produções naturalistas: A carne (Julio Ribeiro) e O Cortiço (Aluizio Azevedo). Neste período, li alguns livros de autores estrangeiros modernos, como “Agatha Cristie” e “Sidney Sheldon”, A Herdeira foi uma experiência de leitura bastante fluida e prazerosa.
Esta experiência de leitura, este gosto pela leitura literária me motivou a fazer vestibular para o Curso de Letras (Português), confesso que tentei no primeiro vestibular o curso de Direito, na quinta tentativa entrei no curso de letras, não me arrependi, adorava as aulas de Teoria Literária e Literatura, na Universidade, li como nunca tinha lido, foi uma avalanche de leituras, de descobertas, percebi o quanto as minhas leituras eram inocentes, reli algumas obras e parecia que estava lendo pela primeira vez, que nunca tinha lido, isso me assustava e encantava. Como fiz a habilitação Português\Francês, fui apresentado a alguns autores da Literatura Francesa, e os que mais me marcaram foram “Moliere” e “Guy Montpassey”, a prosa me atingia mais facilmente, a poesia nem tanto.
No curso de Letras, como eu trabalhava e estudava, lia só o que os professores pediam, isto quando eu conseguia, a nossa bussola de leitura era os professores e eles deixaram grandes nomes de fora da academia, os professores só trabalhavam com aqueles autores que eles tinham feito o mestrado ou doutorado, sinto falta de nunca ter feito um curso sobre Cecília Meireles, dentre outros não trabalhados. Esta fragilidade da graduação foi atenuada pela Especialização em Literatura Brasileira do século XX , foi o momento mais rico de minha formação literária, este curso nos apresentou alguns autores contemporâneos, tais como: Manuel de Barros, Paulo Leminski, etc. As discussões e os trabalhos apresentados, em sala, pelos colegas eram um show a parte, pertenciam a nossa turma dois poetas e grandes almas leitoras.
Não posso deixar de citar, neste memorial de leitura a experiência de ter sido aluno especial do Mestrado em Literatura Comparada por dois anos, cursei quatro disciplinas, que me renderam grande prazer em ter sido apresentado a Marcel Proust ( Em Busca do Tempo Perdido), Camões ( Os Lusíadas ) , Graciliano Ramos e José Lins do Rego.
Nos dias atuais, confesso que mais pareço um trabalhador braçal, no sentido de ausência de experiências mais significativas com a leitura, as leituras são contingenciais, ou seja, atendem as demandas do trabalho, como as obras recomendadas pela Comperve\UFRN para o vestibular e outras obras selecionadas, por mim, para serem trabalhadas em sala de aula.

sábado, 5 de setembro de 2009

Leitura recomendada

A Importância da Verdade na Educação (parte II)


Escrevi essa pequena alegoria há uns dez anos. Peço, caro leitor, sua leitura atenta como introdução ao tema de hoje:



“Em tempos imemoriais, quando a Ordem começou a reinar sobre a Terra e o primeiro par de homens iniciou sua jornada, duas forças maléficas terríveis uniram-se em matrimônio para combater os efeitos da Ordem. O Medo e a Restrição foram um e tiveram uma filha chamada Ignorância. A Ignorância cresceu de forma espantosamente rápida e, como uma grande guerreira ampliou seus domínios por toda a face do Planeta, não poupando nem mesmo o primeiro casal.



Mais, ou menos na mesma época do nascimento da Ignorância – na verdade, um pouco antes – a Coragem e o Labor haviam-se unido e tido dois filhos: o Conhecimento e a Realização. O Conhecimento, o filho mais velho, logo aprendeu de sua mãe a necessidade de enfrentar frontalmente os efeitos maléficos da Ignorância, e aprendeu também, mas de seu sábio pai, que isso não é possível sem que haja grande esforço e dedicação do combatente. O Conhecimento entendeu, então, que para salvar a humanidade de sua triste sorte como herdeira da Ignorância, precisaria enfrentar uma incessante guerra contra esta que se havia tornado na mais cruel e implacável doença da humanidade, muito pior do que a lepra, muito pior do que o câncer, muito pior do que a AIDS: a Ignorância, o maior flagelo da humanidade em todos os tempos. O Conhecimento pediu ajuda de sua irmã Realização, sendo que ele, o Conhecimento, ia à frente nas batalhas, abrindo caminhos por entre as tropas da Ignorância, matando, ferindo, dilacerando, e a Realização vinha atrás, curando as dores, tratando os feridos, restabelecendo a alegria nos povos.



A Ignorância percebeu rapidamente que sua força pessoal poderia ser vencida pelo filho mais velho da Coragem e do Labor, e que a Realização apagava com muita eficiência os efeitos maléficos deixados por sua desalentadora passagem. Então, a Ignorância houve por bem unir-se ao Ceticismo, com o qual teve dez filhos: o Preconceito, a Desesperança, a Descrença, a Conformação, a Ansiedade, o Orgulho e seu irmão gêmeo o Pedantismo, a Corrupção, a Intolerância e sua irmã gêmea a Guerra. Os filhos da Ignorância aprenderam muito rapidamente as graves e terríveis lições de seus pais: andem sempre juntos, atuem sempre em uníssono, transformem os homens em seres brutais, subvertam-lhes a fé no divino e neles próprios, desestimulem-nos a crescer, conformem-nos com a situação miserável em que vivem, façam-nos acreditar que o mundo é isso mesmo que nós construímos e que, portanto, eles não podem ser melhores do que são.



Como se trata de uma família que procria como os cardos, as baratas e outras coisas ruins, em pouco tempo os filhos da Ignorância e do Ceticismo também se uniram a outros seres que, por essa época já habitavam a Terra e tiveram, por sua vez, seus próprios filhos:



O Preconceito uniu-se ao Desamor e gerou as Castas Humanas, a Separação e a Desunião.



A Desesperança uniu-se à Fraqueza e gerou a Depressão e o Desespero.



A Descrença uniu-se ao Imediatismo e gerou a Finitude e o Despropósito.



A Conformação uniu-se à Preguiça e gerou a Miséria, o Imobilismo e a Mediocridade.



A Ansiedade uniu-se à Falsa-Modernidade e gerou as Almas Conturbadas.



O Orgulho uniu-se ao Status e gerou a Mosca Azul.



O Pedantismo uniu-se ao Desconhecimento-de-Si e gerou a Intriga, a Humilhação e a Vergonha.



A Corrupção uniu-se ao Poder e gerou os Enganos, as Assolações Sociais, a Pobreza-Acariciada e a Imoralidade.



A Intolerância uniu-se às Armas e gerou a Separação dos Povos. Depois, a Intolerância juntou-se com sua própria irmã, a Guerra, e gerou a Mortandade, a Pestilência, o Terrorismo e a Dominação.



Todos esses filhos e netos da Ignorância e do Ceticismo sempre foram muito ativos na História. Também sempre foram muito ativos na luta contra o Conhecimento e a Realização. O problema é que os métodos são – e precisam ser – diferentes. Enquanto a Ignorância e o Ceticismo - e seus filhos e netos - atraem os homens com ilusões e facilidades (por exemplo, a Corrupção ilude os homens com a riqueza fácil e a Guerra ilude os homens com a paz), o Conhecimento, por outro lado cobra-lhes um alto preço.



O Conhecimento é um remédio que machuca. Ele rasga o peito e abre a mente de maneira dolorosa. Ele delata nossas fraquezas e aponta-nos em que estamos errados. O Conhecimento fere o fundo da alma e, para poder extirpar as raízes e cicatrizes deixadas pela Ignorância e sua família, ele procede uma operação cruel, sem anestesia, um arrancar abrupto, que decepa de nós pedaços de nossa carne, de nossa alma e de nossa História. Somos queimados vivos, sentindo a dor que cauteriza as feridas da Ignorância e humilifeitos diante dos homens e de nós mesmos, sendo obrigados a reconhecer o quanto somos falhos e a prometer que um dia seremos melhores. O Conhecimento lança em rosto, esbofeteia, faz gemer a alma com dores indescritíveis e pungentes que nos atordoam e exigem tempo para ser assimiladas. O Conhecimento provoca náuseas diante do Mundo, remorsos face ao passado, angústias frente ao futuro e nos recompensa apenas com a certeza da fragilidade diante do tamanho da obra a ser feita, com a percepção da imensidão do esforço a ser desempenhado, com a contraposição disso tudo às nossas deficiências – mas coroa-nos com a certeza de que, a despeito de tudo isso, o caminho é possível de ser percorrido.



Não é de espantar que tantos fujam do Conhecimento. Como diria Claudiano, “Vivitur exiguo melius”, ou seja, vive-se melhor na Mediocridade. A Mediocridade cria no homem a mesma sensação de completude que o Conhecimento abomina. A Mediocridade ilude com a sensação de obra acabada, de homem-acabado, que o Conhecimento repele. O Conhecimento traz responsabilidade e esta traz dor. A Mediocridade, filha da Conformação, é mãe da Desculpa, a perene Desculpa-do-Não-Sabia.



O problema é que, mesmo sem querer, agora você sabe... Você sabe dessa batalha incessante, na qual não poderá – nunca! e nunca! - ficar neutro. Ou abrirá o peito ao Conhecimento - e sofrerá! - ou será mediocremente feliz, como herdeiro da Ignorância.”



Lembrei dessa pequena alegoria em função de uma reportagem recentemente publicada na Revista Superintessante de junho, intitulada “Alunos nota R$ 10”. O subtítulo explicativo dizia: “A indústria dos trabalhos universitários comprados cresceu, se profissionalizou e se globalizou. Saiba como milhares se aproveitam dela e por que é difícil resolver esse problema”. Essa impressionante reportagem mostra, de forma clara, como milhares e milhares de universitários – pretensamente as pessoas mais “iluminadas” da sociedade, tem se auto-enganado em sua formação, esquecido a luz e caminhado bobamente nas travas da ignorância, perdendo a preciosa oportunidade de construir um trabalho científico e se contentado com a farsa, mentirosa e tola, de comprar e apresentar um artigo, uma monografia, dissertação ou tese encomendados.



Só isso já é tão deprimente que bastaria pra fechar este artigo. Mas ando muito preocupado com o fato de que isso se multiplica na Educação Básica também. Esta semana, conversei com um feliz dono de lan house que se especializou em baixar trabalhos da Internet e “formatar” para os alunos ao preço de 2 reais a folha. Segundo ele, o negócio é deixar o material baixado com cara de “texto digitado” e não de “texto baixado”. E, segundo ele, os professores aceitam a farsa numa boa. Ele disse que muitos professores freqüentam a lan house e sabem até quem são os alunos que compram os trabalhos, mas não ligam. Outra preciosa oportunidade de formação jogada fora!



O que gostaria de mostrar aqui é que essas “facilidades” da modernidade não são, na verdade, facilidades. Quando o assunto é conhecimento, não dá pra tomar “bomba” como se toma na academia, nem dá pra colocar uma prótese de silicone no miolo! Um menino que entra na academia e quer virar um “monstro musculoso” em dois meses, toma bomba, ingere tudo quanto é porcaria, alguns até injetam silicone industrial nos músculos. Se ele sobreviver, é possível que fique aparentemente musculoso, embora possa ficar estéril, impotente, com problemas cardíacos e morrer ainda na juventude. É um preço muito alto pra posar pra meia dúzia de fotos e ficar algumas horas de admirando no espelho. Mas, engana. E tem muita gente que entra nessa por ignorância.



Mas, quando o assunto é conhecimento, nem isso dá. Não dá pra enganar. Não adianta ter diploma. Se você é uma “anta”, basta abrir a boca que isso fica evidente. Conhecimento não se constrói com suplemento vitamínico. Uma formação sólida não se faz com pressa ou por falsificações. Não dá pra ser bom em alguma coisa (quando falamos de conhecimento) sem um árduo esforço. Isso é uma lei natural. Não dá pra fugir dela!



Então, vejo esses cursos de formação-às-pressas de professores, só pra fazer número no MEC. Me horrorizo! Vejo como as licenciaturas estão ficando cada vez mais permissivas. Tudo agora se resolve na forma da choradeira e dos famosos trabalhos-que-não-dão-trabalho. Aqueles professores severos, que cobravam pra valer o conhecimento e a presença do aluno em sala estão fora de moda. A desculpa é, normalmente, que “não dá tempo”, mas a essa se agregam desculpas mais “pedagógicas” como “não existe uma forma só de educar” e “o que interessa é o que o aluno apresenta no final”. Seria esta a contradição por excelência da era digital: na era em que tudo é mais rápido de se resolver, não dá tempo pra se dar formação de verdade às pessoas, portanto qualquer porcaria virou coisa boa?! Até os vestibulares para as licenciaturas estão cada vez mais frouxos... Que espécie de professores serão formados? Que espécie de alunos esses professores formarão?



Os professores rígidos (não os idiotas ou pedantes: apenas os rígidos, os sérios, os que levam a coisa sem mesquinharia e sem farsas) tem cada vez menos espaço nas escolas. São uma “velharia”. Aqueles que compreendem que conhecimento sólido exige esforço de verdade, que sem muito estudo e concentração e trabalho-árduo-diário e suor e lágrimas não se chega lá, esses saíram de moda. A moda agora é ser “bonzinho”, até pra não levar um tiro!



Por outro lado, os próprios professores tem se contentado com muito pouco em relação a si mesmos. Com a desculpa, mais uma vez, do tempo que nunca sobra, nossos professores estudam cada vez menos, lêem cada vez menos, se ocupam cada vez menos de qualquer conhecimento que extrapole - mesmo que minimamente - suas obrigações de sala. E quando o assunto é aumentar o salário com uma titulação, tenho visto – com enorme assombro! - que aí se procuram os cursos do tipo pagou-passou, pós-graduações de final de semana (algumas delas de UM final de semana) e está tudo certo. Se o salário aumentou, a gente nem tem vergonha de dizer que é especialista ou mestre ou doutor. Especialista em quê? Mestre em quê? Doutor em quê? Em “pegar atalhos”? Mais uma vez o “ter” suplantou o “ser”. Em educação, isso é um veneno mortal.



Isso não pode ser assim. Um professor tem que ter, em relação ao conhecimento, a mesma necessidade que tem em relação à água e ao ar! É outra lei natural. Ele precisa respirar conhecimento, beber conhecimento, sentir-se diariamente desejoso de conhecimento! Nada deveria ser capaz de afastar um professor de seu amor pelo conhecimento. Mas, o que fazer se, lá do ensino fundamental, ele já trouxe consigo a prática do “atalho”?



Creio que há um conto de fadas que pode salvar nossa educação: Chapeuzinho Vermelho. Se tão-somente as pessoas compreendessem que o Lobo Mau mora no atalho! Pelo caminho mais longo sempre, professores e alunos! Pelo caminho mais longo sempre! Pode ser que ele seja mais comprido e demorado. Tenho certeza de que ele é mais doloroso e cansativo. Mas também é o único que, ao seu término, trazendo vitória ou derrota, garante um final honroso para quem o percorreu. Aqueles que preferirem o atalho, certamente encontrarão o Lobo Mau. E, quando o assunto é a construção de um conhecimento sólido, vigoroso, valioso e transformador, esse Lobo Mau pode também ser chamado de Mediocridade. E, atenção: se você foi pelo atalho e encontrou com esse Lobo Mau, pode estar certo: ele vai devorar você, impiedosamente. Na verdade, pode ser que ele já esteja fazendo isso... é mesmo uma pena...


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Pauta do 8º Encontro do Gestar II––31/08/09

Pauta do 8º Encontro do Gestar II––31/08/09

Caderno: L. Portuguesa TP5 Unidades 19 e 20
Organização: Elça Virgínia e Manoel Avelino

1º Momento - Acolhimento. “Tecendo a manhã”.
2º Momento - Receber e comentar os relatórios.
3º Momento – Atividade de produção textual- slides
4º Momento- Reconhecimento dos elementos de coesão.
5º Momento- Orientações para a oficina com os alunos- AAA -5 unidades 19 ou 20.
6º Momento- Orientações sobre o projeto.
7º Momento –atividades : Luar do sertão- pág. 140
Passe em casa- pág. 156
8º Momento Avaliação

PRÓXIMO ENCONTRO DIA 14 DE SETEMBRO- NÃO PERCAM




Atividade de produção textual- slides – realizada pela turma, produção coletiva do texto abaixo e discussão sobre os elementos coesivos utilizados.

O Preço do Progresso.
O dia começou difícil, o trabalho hoje está mais pesado do que de costume. Os operários se esforçam bastante, trabalho forçado leva os homens a refletirem sobre o cansaço e resolvem parar para descansar um pouco. Só depois de algum tempo continuam.
Aquela obra estava tirando o sono de Alfredo pois ele nunca havia sofrido tanto numa plataforma de extração de petróleo. Ao seu lado, já exausto Aroldo reclamava: - quinze dias é muito tempo para está em serviço em alto mar. Enquanto que algumas pessoas estavam se divertindo numa praia, eu estava lá! Não, não na praia, mas sob um sol escaldante de um caos perdido em pensamentos, segurando fortemente os cabos. Isso é o preço do progresso.